CPRM lança informe de recursos agrominerais na Bahia

Estudo é sobre as regiões Irecê e Jaguarari

Por Conexão Mineral 26/05/2017 - 08:36 hs
Foto: CPRM

O Serviço Geológico do Brasil-CPRM disponibiliza o projeto Agrominerais da Região de Irecê e Jaguarari, na Bahia.Este trabalho inédito envolve o conceito de remineralização de solos, técnica também conhecida como rochagem, que consiste no uso de rochas cominuídas como fontes de nutrientes de liberação lenta para as plantas. Este trabalho trouxe inovações no desenvolvimento de metodologia própria caracterizada pelo levantamento de unidades de interesse agrogeológico, levantamento de rejeitos de mineração com interesse para rochagem e coleta de amostras representativas dos rejeitos de mineração.A pesquisa inclui considerações sobre as reservas e entraves econômicos para a utilização destes materiais. 

Embora se tenha pesquisado também outras rochas, a disponibilidade de materiais já extraídos em pilhas de descartes e bacia de rejeitos de mineração dispensa novos processos de licenciamento minerário e ambiental, possibilitando seu emprego a curto-médio prazo e a custos mais reduzidos na agricultura. Esse aproveitamento, além de ser mais uma fonte de receita para as mineradoras, reduz os estoques de rejeitos e os volumes acumulados nas bacias de decantação, mitigando os seus passivos ambientais.

O trabalho resultou na proposição de fontes de potássio, como os flogopititos dos descartes dos garimpos de esmeralda (Cooperativa Mineral da Bahia, Campo Formoso e Pindobaçú); fósforo (bacia de rejeitos da Mineradora Galvani, Irecê); cálcio, magnésio, e corretivos de solos (rochas da Bacia de Irecê); magnésio, sílica e corretivos de solos associados a rochas máficas e ultramáficas das lavras de cromita da Mineração Ferbasa-Cia de Ferro Ligas da Bahia (Campo Formoso e Andorinha); kimberlitos da Lipari Mineração Ltda (Campo Kimberlítico de Nordestina) e fontes de multinutrientes e micronutrientes variados (bacia de rejeitos da mineradora Caraíba S/A, Jaguarari), sendo que para cada uma das fontes foram efetuadas considerações quanto à viabilidade de uso, logística e fatores restritivos.

O projeto foi realizado através de convênio com a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba. A equipe do projeto foi chefiada pela geóloga Alessandra Elisa Blaskowski, e teve a supervisão da geóloga Magda Bergmann, além de contar também com os pesquisadores em geociências Rubem Sardou, Vanildo Almeida Mendes, Maísa Abram e Oliveira Cavalcante. 
A pesquisa colocou em evidência a importância do reconhecimento e estudo dos descartes de mineração como insumos agrícolas tendo em vista que o Brasil, país voltado ao agronegócio que conta com um território de ampla diversidade geológica e uma vasta gama de agrominerais, emprega de forma intensiva fertilizantes químicos, arcando com gastos elevados na importação de insumos para sua fabricação.